domingo, 12 de setembro de 2010

HORA CERTA - Por Lyon Adriano


Há certas horas que as palavras não ditas doem, há certas horas que o silêncio corrói uma alma e destrói corações, no entanto, há certas horas que a lágrima que cai não é de tristeza, não é de dor e nem de solidão, mas de alegria, riso e companhia...



Há certas horas, mas que não se sabe que horas, mas que elas, as horas, de alegria, de companhia, carinho, amor, chegarão... e quando chegar, ah, é hora de amar, de viver e de sorrir!!!



E quando essa hora chegar, ah socorro! Socorro porque ali, na doçura do mais nobre sentimento você sentirá, sentirá que o socorro não é de medo e de vazio, não é de ausencia de coração, não é de ausencia de risos ou de lágrimas, não é de ausencia de sentimento, mas sim, é a loucura nobre do amor chegou, tocou, grudou e ficou... Ah e o amor, o amor enobrece, enaltece até a alma que mais anseia não sentir...



Então quando não é hora de suavidade e de plenitude, e tudo em sua volta e vida são tristezas e magoas, você se surpreende, se surpreende porque a vida segue seu ritimo desconcertante e alucinado e ai você percebe que não pode parar, que o tempo que perdeu não volta, que agora é hora de viver, viver aquilo que se tem pra viver, amigos, amores, beijo e beija-flores, sim, tocam-se agora o som dos tambores!



Tinha que ser ali, naquele momento, o que é real e o que não é? Porque aquela lágrima era necessária, porque aquele momento de solidão era preciso, sim, nada foi em vão, aquelas noites mal dormidas, o chão do banheiro que gelava seu corpo e deixava ali inerte e frio seu coração porque o amor lhe tinha abandonado, ou até mesmo porque você o tinha abandonado, deixado de lado porque um antigo romance não deu certo, porque a alegria e a vontade de viver tinham se ausentado.



Sim, tinha que ser ali, e agora no momento perfeito do tempo, os ponteiros sincronizados marcam a hora certa que diz o ritmo puro no recanto de seu coração: "volte a viver, volte a amar"!



- E voltará?



- Ah como eu quero viver e amar!

DESABAFO DE MIM


Não sei o que acontece com o meu coração,
Escolhi a solidão, mas será que quero estar sozinho?
Escolhi o pior caminho, mas será que era este o que eu deveria estar?
Sempre tive sonhos, fantasias,
Mas o que será que aconteceu com a minha poesia?
O meu coração dói, a minha alma sangra, rasga e fere!
Tanto tempo pensei em ter esse dom,
Mas entre livros não publicados,
Frustrações de sonhos sonhados e fracassados me perdi!
A solidão é fria e não acalma,
Destrói, consome as minhas verdades,
Verdades tão banais e cruéis!
Tudo é imperfeição, amaldiçôo o meu espírito!
Criatura desprezível, detestável, ignóbil!
Sim, este é o poeta que me tornei!
Não somente o poeta, mas o humano, o ser por trás da mente brilhante,
Essa, no entanto, sem acalanto, face enganadora!
Sangra peito, deita-se e não sonha,
Pega a caneta e o papel, componha sobre sua dissimulação!
Não se olhe no espelho, a sua alma não vive.
Você quis assim, deixou o dom padecer,
Perdeu-se na hora errada, vida a tua és amargurada.
Agonia, assombra, pavor, temor de minhas próprias palavras.
Palavras apenas minhas, sinceras, reais,
Tão dilacerantes são elas, elas as minhas palavras!
Sempre acreditei que eu sou o que escrevo e não o que falo,
Lixo, tudo é lixo, a minha alma fede, faleça agora, inerte,
Muda, silenciada apenas por mim!
Disseram que eu poderia ser grande,
E sou? – Responder pra quê!
A poesia fala por si, eu sou esta poesia, assim... Tão vazia!
A expressão legítima do que tenho vivido,
Turbulência, agitação, desordem, enfim, motim dentro d’alma!
Jamais serei o que um dia fui, sangra peito,
Lágrimas de sangue descem pela face do poeta já frígido,
Sem volta, sem desejo, sem inspiração.
O Entusiasmo do criador passou,
Como não amar aquilo mesmo que se criou?
Verdades ditas a mim mesmo dilaceram o meu peito, este já aprisionado!
Hoje eu cometo o suicídio de tudo o que sou,
Meu nobre nada poeta, o teu fim realmente chegou!
Cala-te, não há volta, somente dor e revolta,
Você quis assim, se matou aos poucos,
Destruiu tudo o que um dia tinha,
Amigos, amores, sons de tambores,
Até rei já foi, casa no lago com belo jardim, amada no balanço!
Eras rico em beleza e ardor, apaixonado, inspirador,
Envolvente, quente, extasiado, veemente!
Dói sempre no final, só se dá valor depois que se perde,
E eu perdi, amigos, amores, sons de tambores...
Gosto amargo, lacrimeja alma,
Mas não reclama comigo, não me entendo!
Incompreendido e incompreensível.
Lamentável e triste é o meu desabafo,
Estou cansado de mim, dúvidas assolam o que sou,
Quero acabar com isso,
Minha alma está enfadada de tanta agonia, atormentada dentro de mim,
Como acabar com isso?
Sim, agora podem rir! Aquele que se achava inatingível caiu!
Aquele que sempre dizia que tudo iria dar certo despencou!
Caiu mais veloz do que a velocidade da luz...
Aproveitem esse momento, porque ele se perpetuou no tempo,
Não é coisa de estação, tudo era aparência...
Aquele cara, poeta, humano inabalável, fé inalcançável, estável, era falso,
Mascarado, fingido, oculto!
Riem, alegrem-se aqueles que se sentem vingados com a minha queda,
Um dia, acho que fui bom, não tão bom quanto alguém acreditava que eu era,
Não tão bom quanto alguém ainda achava que eu poderia ser.
Amigo de muitos, inimigo de mim!
Melancólico é o meu fim e o meu desabafo nem ao menos vão decifrar!
Dor, deixe que as tuas lágrimas que agora caem ponderem por ti.
Vencido, derrotado, sem fulgor, mal clareado...
Pára, sai de dentro de mim, não me faça escrever mais!
Já entendi, sou migalha, não sou ninguém,
Jamais serei alguém! Pra quê continuar com tudo isso?
Essas lutas? Você jamais chegará a lugar algum!
Para, para... A tua história já está escrita,
E juro, não minto, vai sofrer eternamente!
Prisioneiros, homicidas, criaturas das piores espécies,
Mas felizes serão do que você! Sua alma ansiará pelo doce gosto da morte!
Poeta? Lyon? Rirei infinitamente de ti!

LOUCURA


Loucura é correr todos os dias

Sem parar para ver o sol,
É não ter tempo para um almoço especial,
É ter que ir trabalhar sabendo que lá não é o seu lugar,
Loucura é ter que fingir estar tudo bem,
Porque tem medo de largar tudo
Que conquistou por um sonho,
É olhar em volta e ver que nada mudou,
Que ali você esteve e ali vai sempre estar,
Loucura é ter a certeza de que é triste
E não fazer nada para mudar,
É saber que vive em uma rotina, mas não tem forças pra mudar,
É saber que a vida não é assim,
E que o amor é lindo
Mas não ter coragem de se declarar,
Loucura é ficar parado
Enquanto o tempo passa e você fica velho,
É chorar todos os dias pelo que não quer,
E não desejar sair daquela situação,
Loucura não é se entregar por amor,
É fazer o amor acontecer,
Loucura não é querer mudar, isso é apenas desejo,
Loucura é a mudança,
É vontade de mudar o ritmo da dança,
Loucura é se olhar no espelho e se odiar
Por ter ficado sozinho aquela noite,
E por ter dito não aquela situação,
Loucura é agüentar calado quando se tem a razão,
Loucura é mentir quando a verdade precisa ser dita mesmo que doa,
Loucura é deixar de dizer que ama porque se acostumou,
É deixar de ser o que era quando se apaixonou,
E deixar que o abraço não seja sentido,
Loucura é fazer apenas a sua parte
Enquanto muitos precisam de você,
Loucura é virar a costa para o amor,
Porque em um deles você não foi feliz,
Loucura é negar o perdão se ele é chave,
Loucura é a recusa pelo medo de ser feliz!

...


O que é você quando se olha no espelho?


O que dizem teus olhos quando a noite chega e você percebe que viveu mais um dia em vão?

O que você quando a lágrima que escorre por tua face, fere e maltrata?

O que é você quando a varanda e as estrelas são a tua única companhia?

O que é você quando o banheiro, naquele cantinho gelado é o seu conforto?

O que diz teu coração quando ele já está tão sem fé e esperanças?

O que diz teus olhos e pensamentos?

Qual a direção que persegue seus sonhos?

O que? Qual? Onde?

Quem vêm pra te dar a mão?

Quem vêm pra te dar um sorriso?

Quem vêm pra te dar um abraço?

Quem vêm pra te dar o ombro?

Quem vem?

Quem vem é a solidão, fria, triste, inerte e escura, solidão...

O POETA, A DAMA E O PRÍNCIPE

- Onde se encontra o poeta?

- Ali seu moço, vire à esquerda...

- O que há? Uma dama?

- Sim o poeta precisa me salvar!

- Então se vá, pois o poeta vai em breve partir!

- Partir? Por quê?

- Porque por uma linda dama se apaixonou!

- E é?

- Se é! Vá...

- Poeta! Poeta?

- Sim meu amigo, o que queres que eu lhe faça?

- Uma poesia meu caro poeta, pois por uma dama tão bela me apaixonei!

- Se o amigo uma poesia tão bela espera a minha própria lhe darei! Vá!

- O que eu devo então fazer?

- Apenas olhe em seus olhos e leia o que escrito ai está!

- Mas será que vai dar certo poeta?

- Se vai? Não sei, mas que ela encantada ficará, ah se vai...

-...

- Minha amada e minha bela, por ti me apaixonei,

Teus olhos são como o mel mais puro,

Beleza igual nunca vi!

Se comigo não ficas, pobre será minha vida...

Escrevo-te esses versos, tão simples e tão singelos,

Para dizer-te que é você a dama do meu coração...

Aceita em breve o meu pedido, vamos embora comigo?

Não tenho muito que lhe oferecer,

Mas o amor que tenho guardado este de todo é teu...

- Meu caro príncipe, belas palavras me dissestes,

Mas este poema não fostes tu que fizeste!

- É verdade, não foi! Foi o poeta!

- O poeta?

- Sim minha nobre dama, o cavaleiro que partiu...

- Partiu?

- Partiu...

-...

- Caro poeta, porque partiste e a dama deixou?

- O que eu tenho a oferecer se não este pobre amor de poeta?

- E é! Do amor não só se vive!

- É por isso que eu parto porque dele sou o dono, ironia não é?

- Ah! Se é!

DESABAFO OU REPÚDIO?


Era inevitável que este momento chegasse, durante muito tempo tentei fugir dele, tentei me esconder, mas até quando iria funcionar? Até quando fugir? Para onde fugir? Afinal, é impossível fugir de si mesmo...

Naquele momento percebi que estava sozinho, o vazio da casa era enorme, só não era tanto quanto o vazio dentro de meu coração, era o momento perfeito para que eu pudesse reavaliar conceitos que há muito já haviam sido quebrados, mas que insistiam em permanecer, era o momento de criar coragem e olhar dentro dos meus próprios olhos, é o tempo passou e eu descobri que tenho vergonha da pessoa que me tornei, sinto repúdio de minha própria existência e atitudes...

É tão engraçado como no final das contas a gente sempre torna aquela pessoa que a gente nunca esperou tornar, aquela pessoa que a gente tanto criticou, dizendo dentro de si e até mesmo para os outros "jamais serei assim", "é ridiculo", e blá e blá e blá... Mas no final das contas, aquele ser que você tanto ignorava, criticava e mal dizia se volta para você, ai quando você percebe que está sozinho, quando cria coragem e se olha nos olhos percebe duramente que essa pessoa hoje é você!

Aí você se questiona: "porque mudar?", é verdade porque mudar se você percebe que é o sujeito que sempre quis ser, tão querido por muitos, é claro, não há como agradar a todos, você se torna um cara popular, requisitado, ganha cortesias para ir à festas, todos querem estar com você ao menos um segundo do seu precioso tempo inutil, mas depois de ter se tornado esse cara você também percebe que esse não é o seu ideal de felicidade... "felicidade que saudade de você!".

O tempo passa, e como passa, você percebe que no final de tudo todos estão próximos de você por mero interesse, afinal, somos todos assim, seres humanos não é? Todos querem cortesias, ou tirar nota boa nas provas, querem estar próximos por achar que estar ao seu lado vai se tornar popular, por achar que você é o caminho mais fácil para o reconhecimento, mas chega final de semana e você está novamente sozinho, sem carinho, sem atenção, sem sorrisos...

Olho dentro dos meus olhos neste exato momento, como é que eu fui me tornar este ser tão irônico? Sonhei ser uma pessoa extremamente diferente, não sou um vendedor de sonhos e planos que não vão dar certo!

Percebi que estou tão perdido de meus principios e valores que não sei como fazer para voltar, caminhei muito além do que eu deveria ter caminhado, iludi pessoas e iludi a eu mesmo, vendi sonhos e banalizei os meus próprios, criei expectativas das quais eu não deveria ter criado, destrui meus planos, desisti dos meus sonhos, desisti de acreditar nas pessoas, desisti de acreditar no amor, desisti de acreditar que existem exceções!

Há tempo para voltar? Se há, há! Mas não tenho forças para dar o primeiro passo, meu coração anda tão vazio, realmente estou perdido...

Nunca me vi assim, não sei para onde correr, percebi que não tenho aquela pessoa chamada de amigo, anjo, companheiro, aquela que mesmo sabendo quem somos ou quem nos tornamos ainda assim está ao nosso lado, que luta e que nunca desiste de nós... Mas o fato é que eu desisti, além de todas as outras desistências de ser aquele que eu era e gostaria de realmente ser...


De que adianta ter se tornado alguém que você não é, se no final de tudo, tudo não é nada!

A VIDA TEM SEU PREÇO? LIBERDADE DE MINH'ALMA!


Durante algum tempo, enquanto aquele vendedor de sonhos falava comigo ao telefone sobre a importância de se ter um seguro de vida, meus pensamentos vagavam por horizontes que eu ainda não tinha estado, e se já havia estado, nunca tinha parado para observar no verde, na leve brisa que caia enquanto o sol se ia na doce esperança de encontrar-se com a lua para matarem a saudade de se amarem e do amor. Lugar tão lindo, não era como aquele lugar que um dia com alguém descobri e colocamos juntos o nome de "um lugar chamado nosso", mas era um lugar que me aproximava da verdade sobre eu e meus últimos feitos, era, posso chamar de "o espelho de minh'alma", no começo era tudo diversão, meus risos eram risos de irônia e crítica, a voz do vendedor de esperanças conseguira, sem sombra de dúvida, abrir a ferida que já muito tempo estava fechada...

Era tarde quando ele ligou, o dia estava quente em goiânia, e em um lapso temporal ali estava eu, frente a frente com tudo o que eu já tinha feito, e olha que muitas coisas não eram favoráveis a minha alma que agora estava mais do que fria, estava congelada, inerte em erros que eu jamais poderia mudar ou corrigi-los, talvez porque não era necessário mudar, mas que eram sim, necessários acontecer e relembra-los, conceitos antes mais do que defendidos precisavam ser quebrados, atitudes precisavam ser mudadas e não apenas naquela tarde, mas durante todas as proximas horas e dias serviriam de muito tédio e revolta...

Enquanto aquela voz de call center soava em meus ouvidos, eu brincava feito menino naquela brisa, sem medo de me preocupar em pegar uma pneumonia, pois afinal, ela já estava impregnada em meu coração, coração que se tornara tão doente e carente por tantos motivos que eu mesmo havia procurado, eu estava livre naquele momento, mesmo embora as correntes ainda machucavam e apertavam meus pulsos eu havia encontrado o cara que se perdeu em erros tão banais e cruéis consigo e com os outros...

Durante tanto tempo corri, pulei, gritei, até que então encontrei um banco na beira de um precipicio, ali eu via almas atormentadas, eram as minhas próprias almas? Pensei eu: "Aquele ali discutindo com fulano sou realmente eu!", então a resposta era clara e evidente, aquelas almas atormentadas eram apenas uma, a minha...

Percebi que o tempo passou tão de pressa, enquanto eu estava ali, lembranças surgiam de todos os lados, lembrei daquele jovem tão obstinado e orgulhoso, só a sua opnião era a suficiente, "que se dane o resto", era assim que eu queria ser? As pessoas que eu mais amava se afastaram, não demorou muito e eu estava frente a frente com aquele jovem que eu escolhi me tornar e ser, aquele que eu mais amava e ao mesmo tempo mais odiava... Percebi que cometi varias vezes os mesmos erros, magoei varias vezes as mesmas pessoas, desisti varias vezes dos mesmos sonhos, chorei varias vezes pelos mesmos motivos, insisti em usar as mesmas palavras em situações diversas, mantive os mesmos conceitos quando era necessário mudar, e quebrei por tantas e tantas vezes as mesmas promessas que "juro", jurei não quebrar!

De repente, quebra-se o silêncio dentro de minha alma, - "o senhor deseja que seus familiares sejam beneficiados com a sua morte caso aconteça um acidente?" Pensei eu, claro, afinal eles merecem o melhor prêmio por me suportarem tanto tempo...

O que é a vida se não a aventura de viver? Ah, a vida é uma grande peça teatral de improviso! Não há ensaios, não há como corrigir sua postura, mesmo embora ela permita que se use a palavra "me perdoe", quem bate esquece, quem apanha nunca!

Percebi que meu coração se tornou aquilo que eu jamais desejei, orgulhoso e racional, porque não dizer, banal, bandido, percebi que uso as palavras apenas por usar, não nego, não sou o que vês, sou o que está oculto, sim, atrás da cortina, sou o vilão, não sou o mocinho que vai chegar no cavalo branco e dizer "eu te amo", quais foram as vezes que eu realmente agi por amor? Apenas algumas, não posso dizer que não amei, porque amei, mas foi por amar que percebi que me tornei o que tornei, na maioria das vezes agi por interesse, e por aquilo que eu sempre considerei que me interessava, não culpo a ninguem por isso se não a eu mesmo... Não vou usar mais a desculpa esfarrapada e aceita por uma sociedade fria e cruel, "sou ser humano", o simples fato de ser um ser humano já passou da hora de sair de moda, não serve mais como desculpa, somos o que somos porque é isso que queremos ser, fazemos nossas proprias escolhas... Fazemos as escolhas que nos interessam fazer e pronto...

Percebi que tenho tentado buscar aquela pessoa que preenche todos os meus requisitos, não os requisitos do meu coração, da minha alma, mas aquela pessoa que considero ser a pessoa certa, mas não existe a pessoa certa, não existe uma regra para cada caso, não existe...

- "o senhor deseja pagar um prêmio que vai beneficiar seus familiares no valor de 300.000,000 ou de 150.000,00?"

Pergunta tão complicada essa! É o valor da minha vida? Então quer dizer que nossa vida tem um preço, certa vez veio um homem, chamado Jesus, ele era Deus e já pagou o preço, para ele a minha vida foi a vida Dele, porque nós seres humanos, somos tão cruéis a ponto de dar um preço a vida? Qual o preço para uma mae ou um pai que perde o seu filho em um acidente, ou em um crime violento? Qual o preço para um marido que ama a sua esposa e a perde, ou vice-versa? Existe um preço? Qual é realmente o preço de nossas vidas?

Enquanto estava eu ali, sentado na beira do precipicio, procurando encontrar em que momento me perdi, tal pergunta penetrava em meus pensamentos, cortava meu coração, é, percebi que eu ainda tenho um coração, e que ele é mais frágil do que nunca, que ele está sensivel, carente, buscando em qualquer olhar se apaixonar, porque na verdade, não aguenta mais chegar final de semana e não ter um colo pra deitar, ter um sorriso pra sorrir, ter um abraço para abraçar... Essa é a verdade, esse menino cresceu e não viu no que havia se tornado, mas se aquela frase é verdadeira, "antes tarde do que nunca", é nela que eu quero me agarrar!

A minha vida para outro ser humano tem valor, mas para Deus, ela é a liberdade e amor... Talvez eu não encontre alguém que eu ame, ou que me ame como eu sou, mas uma coisa é real, não quero mais ser esse cara vazio e frio que me tornei, que busca encontrar em outros olhares aquele que um dia se perdeu...

Era necessário chegar a esse ponto para que eu pudesse perceber que eu ainda posso ser livre...